quinta-feira, 12 de junho de 2008

Porque não morri contigo?


A venda de flores só deveria ser permitida desde que fossem em vasinhos. Acho um pecado matar plantas tão lindas, como as rosas, por pura vaidade. Nunca gostei de receber flores, gosto da surpresa, logo, as flores podem ser substituídas por qualuqer outra coisa.

Meu namorado sempre pensou da mesma forma, e mesmo em todos esses anos nunca tinha recebido - dele, nem sementes!

Ontem foi um dia bem estranho, eu não conseguia parar de pensar naquele que se foi, me peguei inclusive com lágrimas nos olhos ao ler uma conversa antiga, salva. Ele, todas as manhãs, quando não estava irritado, me enviava imagens de flores pela web e quando nos encontramos me deu um lindo vasinho com violetas, que permanecem na minha janela.

Hoje fui surpreendida com um lindo e enorme buquê de rosas vermelhas, e entre elas uma rosa branca.. Não foi meu namorado, ele nunca faria isso.

Percebi, pela primeira vez como espíritos podem de fato influenciar uma pessoa, induzi-las. Em nosso meio é normal acreditar que espíritos só se manifestam através de aparições fantasmagóricas, ou por milagres que queremos que aconteçam ou capazes de qualquer coisa inimaginável. A verdade é que eles são bem presentes, nos falando ao ouvido, dando idéias que achamos que surgem do nada, eles só não podem ir contra a Lei da Natureza.

Olho para as rosas e vejo o outro ao lado delas, sorrindo, sempre sorrindo.


Muitas saudades, que ele descanse em paz e entenda que ficar aqui do meu lado só vai atrapalhar a sua nova caminhada, meu Tio adorado.


"Foste o beijo melhor da minha vida, ou talvez o pior...Glória e tormento, contigo à luz subi do firmamento, contigo fui pela infernal descida! Morreste, e o meu desejo não te olvida: queimas-me o sangue, enches-me o pensamento, e do teu gosto amargo me alimento, e rolo-te na boca malferida. Beijo extremo, meu prêmio e meu castigo, batismo e extrema-unção, naquele instante por que, feliz, eu não morri contigo? Sinto-me o ardor, e o crepitar te escuto, beijo divino! e anseio delirante, na perpétua saudade de um minuto...." UM BEIJO - Olavo Bilac

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