Sexta passada saí do trabalho leve, pensando nas apostilas para concursos que chegaram depois de uma longa espera. A caminho da academia passei em frente a maior empresa de petróleo do Brasil pensando 'cara um dia vou estar saindo daí essa hora, depois de um dia longo de trabalho', no mesmo instante um carro me bateu e caí no chão.
Por ter pavor em ser atropelada tomo o devido cuidado ao atravessar ruas e no caso de um carro que está saindo vou pela traseira. E foi justamente esse o caso, não sei por qual cargas d´ água o cidadão que saía do estacionamento da empresa resolveu dá ré e me bater, ele saiu [um loiro muito fofo] tão nervoso quanto eu, se oferecendo para me levar ao médico, perguntando se estava bem. Meu, na hora subiu um ódio da minha pessoa tão intenso que minha reação foi responder que não estava tudo bem e disse para ele prestar mais atenção. Antes de chorar saí. Detesto chorar na frente de quem me deu motivos para tal.
Preciso aprender a ser mais precisa, a calcular todos os riscos para não me machucar. Não bastava ter passado por trás do carro, devia ter tomado mais distância.
Ao mesmo tempo que pensava que nada poderia piorar mais aqueles dias, que se tudo estava uma merda a tendência seria piorar ainda mais, devido resgates a serem feitos em prazos indeterminados e tal e tal veio uma força maior explicando que se caio é para levantar logo, pois quanto menos tempo perco sentada lambendo as feridas e amaldiçoando tudo que conspirou para minha queda mais tempo ganho na caminhada que deve ser seguida.
E foi exatamente isso, esse atropelamento, que fechou com chave de ouro a "Era da Merda" na minha vida, depois escrevo sobre isso. Naquele fim de semana decisões importantes foram tomadas e iniciativas postas em prática .
Há muitos anos não me sinto bem e feliz de coração como estou agora, como se dessa vez todas as peças estivessem se organizando, como se tudo o que aconteceu de bom e ruim fosse a preparação para essa nova fase que começa logo ali.