domingo, 18 de janeiro de 2009


Sabe, depois de anos, ele me pediu em casamento, hoje. Da forma dele, claro, nervosa, perguntei se a maconha dele estava estragada e rimos, mas ele insistiu e em minutos me deu resposta a perguntas que não fiz mas ele sabia que viriam .. como moradia? igreja? e o resto?.. preferi levar como brincadeira, ele estava nervoso também e entrou no clima. Foi bom. O tempo faz com que a gente se conheça tão bem ao ponto de sabermos os limites.. Naquele momento sabíamos que o entusiasmo nos levaria a um caminho sem volta e que realmente não queremos, apesar de tudo.

O Amo, amarei pra sempre, sei que amei em outras vidas e depois dessa continuarei a amar.. é um amar fraternal, lindo, livre, um querer bem sem tamanhos, o amor na sua forma mais pura e terna, nos completamos e nos entendemos tão perfeitamente, que como companheiros acho que já não é o que queremos mais, talvez fale só por mim, a egoísta, vai saber!







Amo-te quanto em largo, alto e profundo
Minh’alma alcança quando, transportada
Sente, alongando os olhos deste mundo,
Os fins do ser, a graça entressonhada.

Amo-te em cada dia, hora e segundo:
À luz do Sol, na noite sossegada.
E é tão pura a paixão de que me inundo
Quanto o pudor dos que não podem nada.

Amo-te com o doer das velhas pernas,
Com sorrisos, com lágrimas de prece,
E a fé da minha infância, ingénua e forte.
Amo-te nas coisas mais pequenas
Por toda a vida. E assim Deus o quisesse.
Ainda mais te amarei depois da morte.

Elizabeth Barrett Browning
Trad. de Manuel Bandeira

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