domingo, 11 de maio de 2008

Constelações no Vidro

Eram 3hs da madrugada, 27.05.07, o batom já não era tão vermelho e os cabelos nem estavam tão arrumados.Estava confortavelmente sentada no banco da frente, o carro - um jeep escuro, o motorista - um conhecido, desconhecido.. risadas ecoavam vindo do banco de trás - seriam amigos? de quem?

O som - um rock antigo e pesado, mas eu só podia ouvir uma música antiga de Maysa Matarazzo, iniciava uma chuva fina, via pontinhos se aglomerando lentamente no pára brisa, gotas prateadas, formavam estrelas, formavam um céu só meu.

Eu vi constelações, as minhas, eu vi lembranças e saudades e pessoas que existem e não existem e até aquelas que nem deveriam existir. Num raro momento vi meus eus de fora, estavam ali expostos, meio que pedindo socorro, meio que rindo.. efeito de drogas e bebidas talvez, mas muito esclarecedor.


"Sempre virá. Odeio quando te enganas assim, girando entre as panelas.A vida é agora, aprende.

O pó se acumula todos os dias sobre as emoções.Estende a tua pata para o Outro, delicadamente.

Cata os piolhos do Outro. Deixa que catem os teus.Esmaga entre os dentes, engole. Fala-me do gosto.O gosto é bom, eu te dizia.

E não impede a asa, a seta disparada em direção a Hydrus, Eridanus..Mas primeiro prova da terra..Depois Voa...Não aprendeste com Ícaro? " Caio Fernando Abreu

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