Ela se foi.. o corpo cansado não quis mais responder, ela não agüentava mais, achou melhor ir, desistir dessa vida.
Apenas 2 transbordavam sofrimento, mas era possível sentir que era mais pelo medo da solidão e pela palavra ou pelo abraço que deixou de acontecer do que por sua partida.
Mas seus pequenos Lusos estavam reunidos pela primeira vez, todos. Durante a madrugada o que deveria ser um velório repleto de choro e lamentações mais parecia um show de piadas portuguesa – e piadas reais, as risadas ecoavam livres, como ela teria o enorme prazer em ouvir e exatamente por isso a dor não foi maior, porque seria de um egoísmo extremo de nossa parte exigir dela mais tempo, se ela não queria mais aquele tempo, limitada a uma série de coisas, vivendo uma vida que não era mais dela. As risadas de certa forma acalmaram aqueles outros dois, porque ali diante de seus olhos estavam 2 gerações que ela deixou.
Ainda assim, ao perder alguém amado sinto que uma parte de mim também foi sepultada, o falso “nunca mais” e aquela imagem de um corpo sem vida são fortes. Mas aprendi a respeitar as limitações alheias – especialmente dos que eu amo, e meu egoísmo de ter perto, de apenas quando dava ir dá um abraço não é maior que esse respeito.
Descanse em paz minha vozinha amada, obrigada por tudo.
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